Devia haver um botão que transformasse todas as minhas intenções em acções.
Sento-me num sofá. É o mesmo sofá de sempre, não muda. Apenas fica mais desfiado com o passar dos meses. O sofá é o mesmo, mas está no quarto ao lado. E está virado ao contrário. Está, curiosamente, virado de costas para a janela. Como eu odeio estar de costas para janelas, para a minha janela...
Contudo, esta recente alteração faz-me pensar em pequenas grandes alterações que davam jeito à minha pequena e desorganizada vida. É sempre assim. Não posso ver mobília exposta de maneira diferente, que fico logo a fantasiar.
Quero mudar. Melhor, quero-me transformar.
Era tão bom que alguém chegasse perto de mim, abrisse uma orelha, e mexesse em toda a mobília do meu cérebro. Umas peças para aqui, outras para ali...
Era bom era. Era bom pegar em 20 anos e recolocá-los, como este sofá. Mesmo sendo um sofá velho e desfiado. Ainda me inspira. Tenho cá dentro toda a vontade.
Agora só preciso de um braço forte, que me dê uma ajudinha. Na mobília não consigo eu pegar sozinha.
segunda-feira, 8 de março de 2010
segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010
se tudo mudou à minha frente, foi a música que me moveu. se me sento igual sem qualquer semelhança, foram os meus ouvidos que me pregaram aqui e me transportaram até ti. se eu tenho um passado que se junta ao teu, alguém o cantou por mim. se tu me amas como dizes, fui eu que te compus. fui eu que nasci e te comecei a ouvir. se todas as vezes fui capaz de te agarrar, foi alguém que me ensinou junto de um microfone e dez dedos cansados. tudo aquilo que fez sentir foi o meu crescimento auditivo. toda a música foi toda a vida e foi tudo o que precisei para simular sentimentos. agora contigo, toda a música é guia para te sentir.